quinta-feira, 21 de agosto de 2008

ESPECTADOR OLÍMPICO 12º DIA

Os resultados deste dia de competições em Pequim revelam que o Brasil tem esportistas de talento, mas falta um trabalho de base e sem isso é inevitável que o fracasso venha em algumas situações. Nosso principal problema é conviver com o favoritismo, nos esportes olímpicos ainda sofremos o triste complexo de vira-latas, como diria o sábio jornalista Nelson Rodrigues. Vejamos o porquê:

Sintoma 1 – derrota na final do futebol feminino

Perdemos a final para as norte-americanas que se esconderam o tempo inteiro no jogo. O Brasil atacou, atacou e o gol não saiu. Vamos para a prorrogação, falta perto da nossa área e pimba... ficamos com a prata, uma medalha honrosa, claro, mas com um gostinho de fracasso, pois tínhamos plenas condições de vencer. Então foi uma fatalidade? Penso que não, faltou a base, a estrutura psicológica para agüentar uma decisão contra as mesmas adversárias que nos derrubaram há quatro anos.

Sintoma 2 – Hipismo sem medalhas
Em Atenas 2004, Rodrigo Pessoa foi medalha de ouro, em Pequim terminou em quinto. Sim, os outros competidores evoluíram, mas o que nós fizemos para saltar de qualidade nesse esporte? Nossos melhores atletas atuam no exterior – falta de base estrutural. E a grande Camila liderou a série final na primeira passagem, quando veio a decisiva, pimba – falha e décimo lugar – falta de experiência com o favoritismo.

Sintoma 3 – cadê Jadel?
Outra vez chegou como favorito para brigar por medalhas e acabou em sexto. Claro, não iria vencer o português Évora que tava com uma turbina nas costas, mas a melhor marca de Jadel o levaria ao pódio! Falta preparo psicológico para conviver com o favoritismo.

Sintoma 4– Brasil supera trauma de semifinais no vôlei feminino
A seleção feminina chega a final do vôlei após vencer a China 3x0. Sem problemas na base, então? Sim, vejo problemas. Levamos cinco edições olímpicas para passar à final e não nos iludamos, perder para os Estados Unidos pode acontecer, mesmo para um time espetacular como o nosso. E nesse exemplo é que encerro meu “filosofar” sobre a falta de base para os competidores brasileiros – pois aqui só evoluímos após perder, nunca conseguimos dar um passo de preditivo de sucesso, lamentável!

Resultados normais
Grande atuação do Nivalter Santos na canogaem, sem apoio e na raça foi longe e hoje para pelas semifinais – parabéns. A prata de Scheidt na Vela foi muito boa: ele e Bruno Prada não tiveram sorte nas primeiras regatas – aqui sim o não-ouro foi uma fatalidade.

Parabéns!
A Renata e Talita pelo quarto lugar no vôlei de praia. Chegaram humildes e bateram perto do bronze. Irão dar muito orgulho à torcida brasileira ainda.
Revezamento 4x100 rasos, no masculino e feminino – estamos nas finais das duas provas no atletismo e no caso do feminino é uma final inédita.

PARA CONCLUIR – PARABÉNS AO REVEZAMENTO NORTE-AMERICANO DOS 4X100 METROS PELAS QUEDAS DO BASTÃO NO FEMININO E MASCULINO – NUNCA ME DIVERTI TANTO – E DÁ-LHE JAMAICA!!!

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